O alvo principal do capital de risco são investimentos em projetos em fase de concepção ou crescimento. O propósito é que, com capital injetado de forma temporária na empresa, ela possa se desenvolver de forma substancialmente acelerada e assim poder entregar melhores resultados.

Mas e como funciona, na prática, tudo isso no cenário da logística e transportes? Qual o papel da tecnologia nisso?

Antes de nos aprofundarmos nesse tema, é muito comum ouvir o termo “Venture Capital”, que para algumas pessoas é até mais recorrente. Venture capital nada mais é do que a tradução literal em inglês para “capital de risco” e tem tudo a ver com inovação e tecnologia. Outro fator para a popularização do termo em inglês é por conta de sempre estar relacionado com o crescimento exponencial de empresas e lucros altíssimos aos seus investidores, a nível global.

Colocando o capital de risco em jogo

O principal intuito do capital de risco é o de investir em empresas que ainda estão em fase de concepção ou expansão. Essa modalidade possui esse nome não pelo risco do capital investido, mas pela aposta em empresas cujo potencial de valorização é alto. Dessa forma, com o capital injetado na empresa de forma temporária, o objetivo é que ela possa expandir-se rapidamente e entregar resultados significativamente melhores. Por outro lado, as apostas nessas empresas fazem o seu valor de mercado aumentar e, depois de um determinado período, a sociedade passa a retirar o capital com lucro. Consequentemente, o retorno esperado é compatível ao risco que os investidores correm.

É possível investir com capital de risco em sociedade?

Sim, existe a possibilidade do investimento com capital de risco por meio de sociedade. De primeiro modo, essas sociedades apoiam na gestão, aconselhamento de ideias e contribuem com capital. A propósito, o financiamento está associado a negócios em fase de início, expansão e mudança de gestão, ou seja, são negócios com bastante potencial de alavancagem e desenvolvimento.

Qual é o cenário no Brasil?

Vamos contextualizar um pouco sobre como surgiu esse tipo de investimento em nosso país. O capital de risco emergiu no mercado brasileiro apenas na década de 1980, época em que o Brasil tinha poucos gestores que se arriscavam com o venture capital, que por sua vez obtinham retornos pouco expressivos com seus investimentos.

Foi somente nos anos 2000 que as novas gestoras de captação de fundos começaram a colher resultados de maior expressão. Atualmente, dados da Abvcap e KPMG apontam que a indústria de capital de risco já atingiu algo próximo de R$ 100 bilhões para investimento. Se formos comparar com os EUA, lá esse valor é 20x maior, o que mostra o quanto ainda podemos evoluir.

Por aqui, os investimentos trouxeram bastante oportunidades para empresas que precisavam expandir seus negócios. Além disso, conquistar novos mercados é de fundamental para os pequenos empreendedores.

Capital de risco e tecnologia – o fogo encontra a gasolina

A tecnologia é o que move o mundo, e os investidores de risco sentem-se mais atraídos em jogar com setores mais dinâmicos da economia, como é o caso da tecnologia. Setores esses que possuem uma escalabilidade capaz de impulsionar um crescimento superior à média.

O Brasil sendo um país emergente tecnologicamente e se colocando enquanto um mercado chave na área, acaba levando vantagem e consegue atrair uma boa quantidade de investidores de risco, que vêm em busca justamente das boas oportunidades que empresas e startups oferecem por aqui.

Com capital de risco aplicado, abre-se a oportunidade de desenvolvimento de novos produtos, serviços, inovações e afins, visando transformá-los em resultados comerciais.

E na logística, qual é a visão?

Do mesmo modo que a tecnologia no Brasil, em comparação aos países de primeiro mundo, ainda está em emersão, a logística segue o mesmo ritmo. Com um território de extensão continental, a logística no Brasil encara grandes desafios, apesar dos diversos avanços já conquistados.

São justamente esses desafios e oportunidades de evolução que abrem portas para o surgimento de novos empreendimentos carregados de inovação e otimismo para a transformação e crescimento do setor. Essas novas empresas e startups, por sua vez, chamam a atenção de investidores de risco, que apostam em seu desenvolvimento e visam se beneficiar com isso também. Visto a crescente expansão da logística no Brasil, esses investidores também se colocam dispostos a correr um pouco mais de risco em troca de uma melhor rentabilidade.

Um dos avanços mais notadas dentro do processo de evolução da logística brasileira é a expansão de atividades além do transporte em si, focando também no desenvolvimento de processos como armazenagem, fracionamento e entrega dos produtos.

Antes de sair investindo é de fundamental importância saber que esse é um processo extremamente criterioso e que exige muito conhecimento, estudo e ações assertivas. Lembre-se: investir numa empresa precisa fazer sentido para o seu negócio!

E aí, conseguiu ficar por dentro do universo dos capitais de risco? Esse tema foi extraído da pauta do episódio #59 da nossa série EntreModais, que vai ao ar toda segunda-feira às 13h45 e aborda diversos assuntos do mundo empresarial e do universo logístico. Acompanhe aqui como foi a conversa desse episódio!

Leopoldo Suarez

Leopoldo Suarez

Executive Director & Partner | nstech

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