Você já parou para pensar no que os gestores das gigantes da tecnologia como Apple, Meta, Google, Intel, entre outras, têm em comum quando o assunto é o planejamento de suas empresas? A resposta está na metodologia OKR empregada ao longo desse processo

“Ah, mas planejamento é a parte mais chata de se fazer!” – Quando se usa um método tradicional e limitado, sim, realmente se torna chato! É aí que você percebe a diferença, enquanto as big techs estão prosperando e revolucionando o mundo, outras empresas mais tradicionalistas não conseguem reagir às mudanças de mercado e se veem perdidas em seus objetivos.

Surgimento da metodologia

Nos anos 1970, um cara chamado Andrew Grove introduzia à cena um método de planejamento denominado OKR (Objectives and Key Results / Objetivos e Resultados Chave), que veio a se tornar a metodologia empregada em sua empresa, empresa essa que é nada mais nada menos que a Intel. Com o sucesso de sua prática, outras empresas começaram a adotar o OKR. A partir de 1999 o método começou a ganhar ainda mais destaque no meio tech, quando passou a ser adotado pela Google, ficando conhecido por fazer a gigante saltar de um quadro de 40 para 85 mil colaboradores.

O OKR é um método flexível e dinâmico, baseado em dois grandes pilares: Objetivo, aquilo que motiva a trabalhar, engaja o time e cria um sentimento de pertencimento; e Resultados chave, que estão condicionados a esse (ou esses) objetivo(s). Enquanto o objetivo é mais qualitativo, os resultados são vistos pelo viés quantitativo.

O grande diferencial da metodologia OKR está na forma como é conduzida, não somente por uma ou um grupo reservado de pessoas, como diretores, mas envolvendo todo o time, todos os setores, pois uma empresa só existe graças aos esforços de cada um, que devem colaborar ativamente em seu desenvolvimento, e não apenas executar ordens.

OKR na prática

Com o time em jogo, cada setor estabelece seus objetivos relacionados à sua área. Juntando todos, temos a direção que o planejamento central da empresa deve seguir, através de uma ótica mais realista, dinâmica e menos engessada. Outro ponto importante é o fator tempo. Muitas empresas estabelecem objetivos de longo prazo, o que se torna mais difícil de ser concretizado, pois o mundo é uma constante instável e os cenários mudam a cada dia. O maior exemplo disso é a pandemia de Covid-19, que transformou fortemente o modo de se trabalhar, gerir e enxergar o mundo. Quem é que estava prevendo isso? Por isso prazos mais curtos, em meses, funcionam melhor.

Então, na prática, temos uma metodologia que depende de resultados específicos para serem alcançados, concluindo assim um objetivo. Vamos para um exemplo: O objetivo é fazer a empresa crescer X%. “Quantos colaboradores eu vou precisar contratar para chegar nesse número?”, “Ah, eu vou precisar aumentar o espaço adquirindo um novo escritório para comportar mais gente.” Essas indagações geram respostas que são os resultados-chave que precisam ser atingidos. Os objetivos podem ser das mais variadas natureza, desde a validação por parte de um determinado órgão até mesmo ganhar mais seguidores nas redes sociais. Tudo isso demanda estratégias e ações para serem executadas e alcançar o que se deseja.

Como estamos falando de uma metodologia colaborativa, é preciso também deixar qualquer tipo de exclusividade de lado, como “Ah, eu tive uma ideia que deu certo, vou guardar para o meu setor.” Essa é a maior bobagem que você pode fazer! A empresa é um time que deve trabalhar junto e em harmonia. Uma dúvida sua pode ser a mesma do colega, então devemos sempre expor e compartilhar elas, gerando assim um senso de pertencimento e responsabilidade mútuo.

Neste contexto, o papel dos gestores está em motivar seus times e estimular as pessoas a participarem ativamente do processo de planejamento. Um outro ponto bem interessante é sobre errar. Muita gente tem medo de erros, mas eles são normais e necessários. Quando um objetivo não pode ser concluído, isso gera dados para se analisar e entender onde e por quê se errou, dando mais uma oportunidade de se analisar melhor a estratégia e tentar novamente, de outra forma.

Este artigo foi baseado na última edição da série Entre Modais, disponível em nosso canal do YouTube. Se você se interessa por esse e outros temas ligados à tecnologia e empreendedorismo, explore nossos vídeos!

Leopoldo Suarez

Leopoldo Suarez

Executive Director & Partner | nstech

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